Definitivamente estamos vivendo dias muito
difíceis com relação ao nosso
ambiente de trabalho.
Embora o discurso vigente seja a favor das
pessoas (funcionários), a prática
(infelizmente) tem demonstrado o contrário: a
cada dia que passa está mais
difícil trabalhar, a pressão vai aumentado!
Pressão por novos cortes de custos,
pressão por maiores resultados, pressão para
adquirir novos conhecimentos.
Resumindo: pressão, pressão e mais pressão.
Algumas empresas resolveram sugar os seus
funcionários. Doze, treze,
quatorze horas de trabalho diário, sábados,
domingos. Dedicação quase
exclusiva aos interesses da empresa. Quando não
trabalha igual a um camelo
o funcionário é considerado "não
comprometido".
Conheço um determinado banco que nos seus
treinamentos para gerente tem
a prática de fazer a seguinte questão para os
participantes:
- Para você, quem vem em primeiro lugar, o banco
ou a sua família?
Quando alguns respondem que colocariam a família
em primeiro lugar,
imediatamente o instrutor responde:
- Então vocês não servem para o nosso banco,
queremos gente que coloque a
nossa empresa em primeiro lugar nas suas vidas.
Será que o tal banco está correto? Será mesmo
que você deve continuar
colocando a sua empresa (e o seu trabalho) em primeiro
lugar nas suas
prioridades?
Respondo: absolutamente NÃO !!!
E a justificativa é muito simples: você se
dedica à empresa em detrimento da
sua família; depois de algum tempo a empresa lhe
demite porque você não
serve mais aos seus interesses comerciais. Aí
você volta para a sua casa (e
para a sua família) e observa o estrago que a
sua ausência causou: filhos que
cresceram longe do pai (ou da mãe), cheios de
problemas e carências; jovens
perdidos e desestruturados (muitas vezes
entregues aos vícios), sem direção e
sem perspectivas.
Aí você se lembra que, quando saia cedo para
trabalhar o seu filho ainda
estava dormindo, e quando voltava para casa ele
já estava dormindo de novo.
Lembra quando ele deu o seu primeiro chute no
futebol ou quando a filha fez a
sua primeira apresentação do balé, onde você
estava? Trabalhando...
Aí você poderia dizer:
- Mas eu trabalho justamente para dar conforto
aos meus filhos!
Eu lhe digo:
- Pergunte a eles o que preferem. Se é o
presente da moda ou a presença do
pai (ou da mãe) ao seu lado. Pergunte, você vai
ter uma surpresa...
Antes que seja tarde demais, entenda que:
a) A maioria das empresas vive sob a lógica do
mercado. Enquanto o
funcionário gerar resultado positivo: fica;
quando não for mais útil: r-u-a. Sem
dó, nem nenhuma lembrança dos “anos de casa” ou
do “sangue derramado”
pela organização.
b) A família é muito mais importante do que a
empresa. Se não der para
conciliar as duas coisas (ambas com qualidade),
prefira a família. Não estou
dizendo para você parar de trabalhar e ficar em
casa (o trabalho é necessário e
bom). O que eu estou dizendo é: trabalhe menos,
ganhe menos, “curta” os
seus filhos, ame a sua esposa, esteja
presente... viva melhor!
c) Entenda que a sua família precisa mais de
você do que do seu dinheiro. O
dinheiro é importante, mas a pergunta é: as
custas de quê? Para a família ter
posses, quem pagará o preço?
d) Entenda que nada substitui os pais na
educação dos filhos. Não imagine que
você vai encontrar uma “boa escola” ou uma “boa
babá”. Não terceirize a
educação dos seus filhos, todos pagarão a conta
depois...
e) Entenda que certos eventos só acontecem uma
única vez. Se você não
estiver lá para ver, nunca mais...
Posso até ouvir o diálogo:
- Cadê o papai?
- Está trabalhando meu bem.
- De novo??? Ele nunca está quando eu preciso
dele... Não sei pra que existe
esse negócio de pai.
Por último, quando você estiver no seu leito de
morte, tenho certeza de que
você não vai ficar chateado por não ter sido
mais rico ou mais poderoso, mas
com certeza vai se lembrar de tudo que você não
fez e de todas as pessoas
que você não amou como deveria...
No leito de morte, as pessoas não se lembram do
seu dinheiro, mas da sua
família, dos seus filhos; enfim, de tudo que
deveriam ter feito, mas não fizeram,
porque estavam ocupados demais, trabalhando...
O conselho é simples: trabalhe tudo o que puder,
mas sem comprometer as
coisas mais importantes.