segunda-feira, 18 de abril de 2011

Aprendizagem na escola da criança com síndrome Down.

Na fase do desenvolvimento infantil de qualquer criança, com síndrome de Down ou não é importante intervir e contribuir para que a criança desenvolva a criatividade.
A aprendizagem deve partir sempre do mais próximo da realidade da criança, da manipulação, atividades visualmente apoiadas na ação para uso intenso que facilitam a aprendizagem, pois o aprendizado não ocorre de forma isolada.

A infância é o momento em que interiorizamos o prazer de fazer algo pelo fato se sermos curiosos em descobrir e sentir aquilo que ainda não conhecemos, para a autora não ensinamos alguém a ser criativo e sim convidamos esse alguém a manifestar sua criatividade em experiências de conhecimento e construção de linguagens (CHRISTOV, 2006, p.15).


Nesse sentido, a contação de histórias de diversos gêneros textuais, musicais e da interação entre envolvidos (professor-aluno/ aluno-aluno) contribui para o desenvolvimento e ampliação do repertório lingüístico das crianças.
Para criança com síndrome de Down, a manipulação tem que ser inserida a partir da percepção do concreto, porque o processo de abstração é difícil para compreensão do Down, mas esse processo abstrato é possível de ser alcançado a partir do momento que a criança consegue associar conceitos, quantidades, símbolos, etc.
Experiências de brincar, imaginar, do faz-de-conta, da exploração da linguagem, corporal, verbal e das linguagens artísticas, possibilitam às crianças se desenvolverem positivamente, contemplando todos os aspectos que constituem seu desenvolvimento motor, afetivo, social e cognitivo.
Nessa direção, é importante ressaltar que:

Brincar é uma atividade aprendida na cultura que possibilita que as crianças se constituam como sujeitos em um ambiente em contínua mudança, onde ocorre constante recriação de significados. (2007, p.54)[1]

A criatividade e a imaginação podem ser desenvolvidas a partir do momento que o ser humano (no caso, a criança) é estimulado a criar situações e desenvolvê–las. No entanto, fase da infância é primordial para criança se desenvolver, pois nesse período inicia-se a curiosidade em criar significações sobre o mundo e ter participação ativa nele.
Atividades de representação se somam à linguagem verbal na ampliação do repertório linguístico das crianças desde os primeiros anos de vida, de uma forma prazerosa e significativa.
Diante do fato para promover descobertas de novos conhecimentos, trabalhar com as crianças momentos de produção e criação é de grande valor para o seu desenvolvimento.

[...] As aprendizagens relativas à comunicação no dia-a-dia não se encerram no primeiro ano de vida: as formas de comunicar desejos, sentimentos, idéias e pensamentos são muitas e exigem do professor contínuo investimento em ações que exponham as crianças às mais diversas formas de comunicação usadas no cotidiano de sua cultura, SME / DOT (2007, p. 81).[2]


A integração com o meio social e experiências vividas nesse meio, carrega conhecimentos que podem ser explorado a partir do convívio por promover a aquisição de novas habilidades que são fundamentais para o aprendizado de qualquer indivíduo.

Considerando as colocações de SILVA e KLEINHANS (2006, p. 135),

A aprendizagem exige respostas que podem ser motora, verbal ou gráfica. A resposta manifestada pela criança com SD será pobre devido às limitações que apresenta. Contudo, a possibilidade de ampliar e determinar certa resposta estará condicionada ao apoio do meio. Quanto mais se oferecer um ambiente solicitador, que promova autonomia e diferentes possibilidades de descobertas de seu potencial melhor será o seu desenvolvimento. Reconhecendo as características do fenótipo de pessoas com SD, deveríamos concentrar as atividades nas áreas em que há maior potencial. Assim, na medida em que o sujeito percebe que pode realizar determinadas tarefas com êxito, haverá satisfação e maior motivação para enfrentar aquelas que ele tem maior dificuldade, contribuindo para que dessa forma, seu desenvolvimento físico e mental vá avançando passo a passo. A educação requer paciência, dedicação e firmeza, sobretudo carinho e amor de pais e profissionais. Todos têm habilidades e dificuldades, apenas precisamos conhecê-las e aprender a lidar com elas.


Dessa forma, é importante minimizar situações que cause déficit na infância para que haja a aquisição constante de novas experiências e independência social em prol do desenvolvimento e aprendizado.
Tanto os pais como professores deve ser mediadores do processo de criação, apesar disso ser característica própria da infância.
Mostrar para as crianças um repertório amplo de músicas em brincadeiras de representação, jogos dramáticos que priorizam a interação e expressão são importantes para criança desenvolver a condição de conhecer, suas preferências musicais e conseqüentemente, através das músicas e sons apresentados, as crianças sentirem a necessidade de se movimentar, desenvolvendo o trabalho de exploração corporal, habilidades motoras e trabalhar ativamente com o processo de aquisição da linguagem oral e escrita.
A educação escolar com a criança com síndrome de Down deve ser iniciada desde infância com objetivo de estimular precocemente o trabalho acima de suas potencialidades para vencer as dificuldades, e assim promover um desenvolvimento que atenda as necessidades individuais sem esquecer os princípios básicos da proposta de convívio social e de educação.
Diante das constantes mudanças que ocorreram no sistema educacional, a aprendizagem na escola tem que ser repensada em prol da necessidade de descobrir como se estabelece as estruturas sociais e culturais do meio onde vivemos.
Como observamos a escola é o espaço em que a criança tem a oportunidade de interagir com o meio, criando e recriando suas idéias para que seu desenvolvimento ocorra de maneira que atenda aos aspectos individuais e coletivos de cada sociedade.
A linguagem verbal é uma forma de expressão e comunicação humana, e é de fundamental importância criar mecanismos que explorem esta linguagem e que mantenha a criança desde o seu nascimento em contato com a linguagem verbal e da linguagem escrita.
Apesar do déficit cognitivo e de dificuldade de comunicação e hipotonia (redução do tônus muscular), a síndrome de Down pode apresentar algumas patologias que dificultam ainda mais como: problemas cardíacos, pulmonares, visuais, auditivos, desordens neurológicas, distúrbios e desordens psíquicas e doenças infecciosas. Decorrente dessas probabilidades é necessário acompanhamento nas áreas da saúde e educação desde cedo para garantir um desenvolvimento gradativamente positivo.
Proporcionar momentos de dramatização através do concreto que estimule os sentidos aguçados da criança com síndrome de Down valorizar assim a linguagem verbal e gestual, através de histórias contadas ou criadas no coletivo contribui na ampliação simbólica da representação, para exploração e transformação do espaço em algo favorável para o desenvolvimento da criatividade.
Atividades lúdicas que estimule todos os sentidos da representação e expressão e importante para representar à linguagem verbal na ampliação do repertório linguístico das crianças desde os primeiros anos de vida, de uma forma prazerosa e significativa.
A partir do processo de inclusão de crianças com síndrome de Down o adulto deve mediar situações que proporcione a criança brincadeiras e atividades que estimule a percepção de descobertas por meio do jogo, contação de histórias, das brincadeiras de representação em casos, de ser outra pessoa, imitando atividades e situações vividas. Deste modo, as crianças com síndrome de Down ampliarão o seu repertório de referências, adquirindo diversos conhecimentos para seu desenvolvimento.
 Considerando a interação do sujeito com o objeto, o desenvolvimento das crianças é favorecido desde cedo, de forma sistemática e organizada, seguindo passos previamente estabelecidos, é possível que o ensino ocorra de forma agradável de maneira a despertar o  interesse na criança.
Normalmente o lúdico pode auxiliar o professor na escola, pois a brincadeira atrai muito a criança, e é um recurso muito utilizado, pois permite o desenvolvimento global da criança através da estimulação de diferentes áreas.
A educação da criança com síndrome de Down deve ocorrer de forma gradual, pois estas crianças não conseguem relacionar um grande número de informações e  comandas. Também não deve ser apresentada a criança Down, informações isoladas ou mecânicas, o contexto deve ser apresentado para que a aprendizagem ocorra de forma facilitada, através de momentos prazerosos.


[1] Orientações curriculares: expectativas de aprendizagens e orientações didáticas para Educação Infantil/Secretaria Municipal de Educação – São Paulo: SME / DOT, 2007.
[2] Orientações curriculares: expectativas de aprendizagens e orientações didáticas para Educação Infantil/Secretaria Municipal de Educação – São Paulo: SME / DOT, 2007.

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